quarta-feira, 18 de setembro de 2013

DÚVIDAS que viraram CERTEZAS

Referente ao nosso primeiro post, onde estávamos buscando respostas as
nossas dúvidas, hoje ao término da disciplina, viemos sanar nossas indagações.



* O que é gagueira?
O indivíduo com gagueira apresenta dificuldades em alguns destes aspectos: motor, sensorial e linguístico. A gagueira pode ser passageira (por volta 3 a 5 anos de idade) e caracteriza-se por uma fala com pausas, bloqueios, interjeições e repetições.



* Porque acontece a gagueira?
Aos dois anos e meio, mais ou menos, acontece um "boom", crescimento, da linguagem da criança que não é muito bem acompanhado pelo desenvolvimento da fala e articulação da criança (gagueira fisiológica). Então, quando a criança quer contar o que aconteceu na escolinha durante o dia, seu pensamento já passou pela manhã e tarde e está no momento da saída, mas a fala ainda não conseguiu terminar nem a primeira brincadeira da manhã.
Contudo, a gagueira também pode acontecer por decorrência de falhas em conexões do cérebro que causam uma quebra na fluência da fala bem como por problemas psicológicos.



* O que trabalhar para tratá-la?
Trabalhar com Estímulos Auditivos
Por que:
- Pessoas gagas apresentam dificuldade para falar quando na presença de barulhos de grande intensidade.
- A gagueira seria mais um problema perceptivo do que uma anormalidade motora.
- O efeito do barulho na orelha interferindo no feedback confirmaria a hipótese de que o problema básico do gago seria uma desorganização no sistema de feedback auditivo.

Estímulos rítmicos
Por que:
- O ritmo facilita a sincronização dos movimentos da fala.
- A fala é articulada isoladamente.
- O que se articula é a sílaba e não a palavra.
- As batidas do ritmo alertariam o sistema de organização cerebral da necessidade de falar uma sílaba atrás da outra (não pode parar, tem que seguir em frente para articular a palavra).

Modificações vocais
Por que:
- Falar murmurando = a fala é colocada na respiração. Não devemos trabalhar só com exercícios respiratórios pois não é este o problema, devemos trabalhar com o falar e respirar ao mesmo tempo.
- Mudar a tonalidade da voz = as alterações fisiológicas influenciam os mecanismos vocais, criando uma nova maneira de falar; a pessoa preocupa-se em manter o novo tom de voz e esquece a gagueira.
- Mudar a intensidade vocal = o volume de ar que sai do pulmão é maior, forçando a abertura das pregas vocais = maior volume voz. Elevar ou baixar a intensidade vocal.



* Há nÍveis de gagueira? Quais?
 Segundo a fonoaudióloga Mônica Britto Pereira, a gagueira apresenta 5 níveis: muito leve, leve, moderada, severa e muito severa.



* Porque o gago não gagueja quando está cantando?
 A maior parte das pessoas com gagueira realmente não gagueja quando canta. Entretanto, algumas pessoas com gagueira podem enfrentar dificuldades para iniciar o canto, outras podem gaguejar apenas quando cantam músicas de ritmo quase falado (como o rap, por exemplo) e outras ainda podem gaguejar no canto da mesma forma que gaguejam quando falam. Da mesma forma, boa parte das pessoas com gagueira não gagueja quando representa um personagem no teatro. A explicação para a ausência da gagueira durante o canto ou a representação de um personagem está em como o cérebro processa estas formas de expressão verbal: ambas tendem a ser processadas pelo sistema pré-motor lateral, que tende a estar preservado nas pessoas que gaguejam. Quando a gagueira ocorre durante o canto ou durante a representação de personagens, significa que o processamento não foi transferido para o sistema pré-motor lateral ou que também há algum comprometimento neste sistema.




* Como orientar os pais quanto à gagueira do filho?
Sete conselhos para ajudar crianças que gaguejam

1. Fale com a criança sem pressa e com pausas frequentes. Quando seu filho terminar de falar, espere alguns segundos antes de você começar a falar. A fala lenta e relaxada é muito mais eficaz do que criticar ou dizer: fale devagar, repita mais devagar.

2. Reduza o número de perguntas ao seu filho. As crianças falam mais livremente ao expressar suas próprias idéias ao invés de responder às perguntas dos adultos. Ao invés de fazer perguntas, faça comentários sobre o que seu filho disse, mostrando que você está prestando atenção.

3. Utilize expressões faciais e linguagem corporal para demonstrar ao seu filho que você está mais atento ao conteúdo da mensagem do que à sua forma de falar.

4. Reserve alguns minutos, todos os dias, para dar atenção ao seu filho. Deixe que ele escolha o que gostaria de fazer. Permita que ele dirija as atividades, decidindo se quer falar ou não. Quando você falar, utilize uma fala lenta, tranqüila, relaxada e com pausas frequentes. Este momento calmo pode aumentar a auto-confiança da criança pequena, porque ela vai saber que o pai ou a mãe aprecia a sua companhia. Conforme a criança se torna mais velha, pode ser um momento em que se sente confortável para falar de seus sentimentos e experiências com o pai ou a mãe.

5. Auxilie todos os membros da família a aprender a escutar e esperar sua vez de falar. Para as crianças, principalmente para as que gaguejam, é mais fácil falar quando há poucas interrupções e quando contam com a atenção do ouvinte.

6. Observe como você se relaciona com seu filho. Sempre que puder, mostre que você está prestando atenção ao que ele está falando e que ele pode utilizar o tempo que precisar para falar. Procure evitar a crítica, o falar rápido, as interrupções e as perguntas frequentes.

7. Acima de tudo, faça seu filho saber que você o aceita como ele é. O mais importante para o seu filho será o seu apoio, quer ele gagueje ou não.



* O que tem a ver lateralidade com gagueira?
Dados de neuroimagem sustentam a hipótese de que pessoas que gaguejam possuem conexões anômalas em relação a pessoas fluentes, principalmente no hemisfério esquerdo do cérebro. Essa anomalia afeta a integridade dos feixes de matéria branca que formam o FLS. Nesta rota conectiva, regiões do cérebro envolvidas no planejamento da fala (área frontal inferior) são ligadas a regiões auditivas envolvidas no feedback sensorial dos sons da fala (área temporal superior), passando pelo córtex motor, que é responsável pela execução dos movimentos da fala. Vários estudos têm documentado diminuições sutis na integridade da matéria branca no fascículo longitudinal superior esquerdo em crianças e adultos que gaguejam.



* Que tipo de lesão causa gagueira?
Acredita-se que aproximadamente metade das gagueiras iniciadas na infância sejam em decorrência de lesão cerebral precoce nos núcleos da base (ou em regiões que se conectam a eles). Indícios de ocorrência de lesão cerebral precoce incluem: hipóxia pré ou perinatal, prematuridade e concussão cerebral (traumatismo craniano fechado com estado alterado de consciência).

A lesão nos núcleos da base (ou em regiões que se conectam a eles) também pode ocorrer na idade adulta. A lesão tende a ser originada por acidente vascular cerebral (derrame cerebral), traumatismo craniano ou doenças neurodegenerativas (como esclerose múltipla). O início da gagueira tende a ser abrupto, geralmente sendo verificado logo após a ocorrência da lesão. Se a lesão for extensa, comprometendo diversas estruturas cerebrais além dos núcleos da base, a fluência tende a não melhorar significativamente em situações como canto, leitura em coro e feedback auditivo atrasado. A pessoa geralmente está consciente de seu distúrbio de fala. As hesitações/disfluências gaguejadas mais comuns tendem a ser as repetições de sílabas e os prolongamentos iniciais de sons; bloqueios tendem a ser mais raros. Os comportamentos acessórios e os comportamentos de fuga e evitação tendem a ser pouco frequentes.



* Quando alguém tenta ajudar o gago a falar, para ele torna-se mais difícil continuar a fala. Por quê?


Por que ele interrompe o planejamento motor e o reinicia  a fala com todos os aspectos de bloqueios e repetições.

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